Como bem sabemos que trazidos da áfrica, os escravos
Chegaram ao Brasil trazidos por navios negreiros
Sendo eles espalhados pelos quatros cantos do país.
Assim começa minha historia,trabalhando como bichos
Passei por esta estrada de muita dor luta e sofrimento
Aos 17 anos de idade cheguei a casa onde lá passaria minha vida
Toda fui escolhida entre tantas pra ser uma parideira e assim fui separada de meus filhos que foram muitos ,amamentando somente as crianças brancas,não entendi tudo isso mas não tinha escolha e me conformava , afinal era meu destino.
Assim quando aprendemos a cultivar nossos orixás nessa terra estranha passei a agradecer todos os dias,mas ainda assim senti ódio,fome,frio,e muita tristeza em ver o meu povo com tanto sofrimento e covardia e eu ainda contribuindo para que mais sofredores nascessem
Só fui entender como isso aconteceu quando cheguei aqui em aruanda, terra de meus orixás
Fiquei sabendo que oxalá é perfeito e que todos que estavam nesta terra tinham suas dividas e que esse sofrimento todo era necessário para nosso equilíbrio, paciência e principalmente sabedoria,para que quando chegássemos aqui estaríamos prontos para cumprir nossa missão
De ajudar e esclarecer os necessitados ainda na carne, com sabedoria e muita paciência que só conseguimos atingir com sofrimento e maturidade.
Pois sim meus filhos hoje sou feliz pq continuo ainda fazendo filhos mas filhos pra vida e pra serem sempre pessoas melhores .
hoje minha missão é vir aos terreiros de umbanda
Trazendo paz ,saúde, e disciplina aos necessitados e sou tratada carinhosamente pelos médiuns e aprendizes por nega veia,minha veia, vovó e muito respeito.
recebo a paciência que eu tive que aprender.recebo meu rosário minha palha pra pitar e minhas ervas e assim procuro confortar a quem precisa e libertar os desesperados e aqueles que ainda não conseguem enxergar que nenhum sofrimento e tão grande que não possa suportar e nem tão pequeno que não possa te fazer crescer, evoluir , permanecer na fé é muito importante porque oxalá é rei
e sempre que te permite um sofrimento e por que esta te preparando pra algo maior, então meus filhos não reclamem agradeçam porque esta no lugar que tem que estar,o sofrimento passa mas o que mas seu aprendizado e evolução permanecerá,para isso serve o sofrimento.fica com a fé de zambi e oxalá que é rei lhe abençoe
Vovó Maria Conga da Bahia
PONTO.
Vovó não quer
Casca de coco no terreiro
Só porque faz lembrar
Dos tempos de cativeiro
HISTÓRIA
As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.
Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.
Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:
Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.
Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos.
No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.
Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês.
A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.
Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em troca de seu trabalho os negros recebiam três “pês”: Pau, Pano e Pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A “macumba” era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum).
Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea.
A Legião de espíritos chamados “Pretos-Velhos” foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África. Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.
Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza.
Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece.
Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.
O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
FORMAÇÃO DA FALANGE DOS PRETOS-VELHOS NA UMBANDA
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores, mas no Candomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Usam branco ou preto e branco. Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.
O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).
EIS AQUI, COMO EXEMPLO, O NOME DE ALGUNS PRETOS-VELHOS:
Pai Cambinda (ou Cambina), Pai Roberto, Pai Cipriano, Pai João ,Pai Congo, Pai José D’Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim, Pai Antônio, Pai Serafim, Pai Firmino D’Angola, Pai Serapião, Pai Fabrício das Almas, Pai Benedito, Pai Julião, Pai Jobim, Pai Jobá, Pai Jacó, Pai Caetano, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Malaquias, Pai Dindó, Vovó Maria Conga, Vovó Manuela, Vovó Chica, Vovó Cambinda (ou Cambina), Vovó Ana, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita.
Adorei as almas!